Desejos vãos
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o sol, a luz intensa
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos céus, os braços, como um crente!
E o sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisa-as toda a gente!...
( Florbela Espanca)
Gosto da poesia de Florbela Espanca ,e deste poema em particular .
JOY
7 comentários:
JOY
É lindissímo este soneto de Florbela Espanca.
Efectivamente na vida nada é forte e nada escapa ao sofrimento.
Abraço
Adorei!
Optima escolha meu amigo!
Um beijo grande.
E diga-se muito boa escolha.
-A maior poetisa que esta país já viu nascer!!!!
partilho deste teu gosto...
...uma mulher que sentia, sofria...e dava sentimentos às palavras
beijos
Adoro Florbela....
Acho que já li quse tudo dela
um bjinho
Este poema é particularmente belo
Ola Joy,
So hoje aqui cheguei, mas em boa hora.
Adoro a Florblela Espanca e este e' um dos muitos e lindissimos poemas dela. Poemas que mostram sempre o seu lado feminino e sensual. Grande poeta e grande mulher. Ainda por cima e' do norte. Um bom dia.
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