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sábado, 17 de maio de 2008

FLORBELA ESPANCA


Desejos vãos
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o sol, a luz intensa
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos céus, os braços, como um crente!
E o sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisa-as toda a gente!...
( Florbela Espanca)
Gosto da poesia de Florbela Espanca ,e deste poema em particular .
JOY

7 comentários:

SILÊNCIO CULPADO disse...

JOY
É lindissímo este soneto de Florbela Espanca.
Efectivamente na vida nada é forte e nada escapa ao sofrimento.

Abraço

Jo disse...

Adorei!
Optima escolha meu amigo!
Um beijo grande.

Tiago R Cardoso disse...

E diga-se muito boa escolha.

António de Almeida disse...

-A maior poetisa que esta país já viu nascer!!!!

Carla disse...

partilho deste teu gosto...
...uma mulher que sentia, sofria...e dava sentimentos às palavras
beijos

Chinha disse...

Adoro Florbela....

Acho que já li quse tudo dela

um bjinho

Este poema é particularmente belo

tagarelas disse...

Ola Joy,
So hoje aqui cheguei, mas em boa hora.
Adoro a Florblela Espanca e este e' um dos muitos e lindissimos poemas dela. Poemas que mostram sempre o seu lado feminino e sensual. Grande poeta e grande mulher. Ainda por cima e' do norte. Um bom dia.